domingo, 15 de novembro de 2015

Por um mundo em que armas virem flores

            



                                                                                                                                                                                                                                                                          Assim que fiquei sabendo a respeito dos atentados ocorridos em Paris gelei. Não paramos para pensar que poderia ser qualquer um de nós. Poderia ser qualquer um de nós que estava passeando em Paris com a família, com o namorado, com a namorada, com os filhos. Poderia ser qualquer um atingido por uma catástrofe (causada por humanos) como essa.


            E quem disse que não haviam pessoas passeando? Quem disse que um casal não tinha acabado de virar noivos e pretendia se casar? Quem disse que um adolescente não estava em intercâmbio para aprender uma língua nova? Quem disse que uma criança não estava aprendendo a escrever? Quem disse que alguém não estava em sua primeira viagem internacional? Quem disse que uma jovem não tinha acabado de conseguir um emprego? E, acima de tudo, quem disse que essas pessoas não mereciam viver?

            Agora, o casal não vai mais se casar. O adolescente não vai aprender francês. A criança nunca vai saber escrever. Não haverá outras viagens internacionais. Outra pessoa ficará com aquele emprego. E eles, não viverão mais.

            Eles não vão mais ser felizes, não vão mais ser tristes, não vão mais ler, não vão mais cantar, não vão mais estudar. Também não vão brincar, se divertir, sair, beber, fumar, casar, viajar, correr ou rir. Eles simplesmente não vão, porque não podem, porque não estão mais aqui, porque foram interrompidos.

Ninguém tem o direito de ser interrompido, não importa o tamanho da situação que vivemos. Talvez uma pessoa que estava ali poderia descobrir a cura para o câncer, outra viraria uma atriz famosa, outra teria filhos e uma família feliz. Todos temos nosso caminho a percorrer, independente de sua grandeza para os outros, porque para nós, ele é o maior, e precisa ser trilhado por nós mesmos.

            Cada um precisa seguir seu próprio caminho. Cada um precisa saber fazer suas escolhas. 
Cada um precisa achar o que gosta. Cada um tem que correr atrás dos sonhos. Cada um tem que achar sua felicidade. Cada um tem que aprender a viver, e não sobreviver. E só vivendo, e não sobrevivendo, que podemos melhorar esse mundo repleto de caos, e com o tempo, fazer bombas se tornarem flores.

            Dedico esse texto a todas as vítimas da tragédia dessa sexta-feira (13/11) em Paris, na qual deixou centenas de mortos. Eu sou uma das que acredita ainda haverá mais bem no mundo do que mal, e um dia ele não existirá mais.

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