Gosto de andar pela praia, sentir meus pés na areia, sentir
meus pés na água. Por onde quer que eu vá, deixo minhas pegadas, minha marca. E
não é isso que todos nós queremos? Deixar a nossa marca onde formos e ser lembrado por onde passarmos. Mesmo que, com o passar do tempo,
essa marca que deixamos seja levada pelo vento ou até mesmo pela água, para que outras marcas
sejam deixadas depois.
Gosto de sentir o vento bater, sentir meus cabelos voarem, deixar ser levada. E não é isso que muitas vezes queremos? Algo que nos
empurre, nos dê direção, não nos deixe sentir perdidos e sem caminho a seguir. Ainda que, as vezes, esse caminho que fomos levados a seguir
esteja na direção errada, só precisamos dar meia volta e saber onde realmente queremos chegar.
Mas nem tudo é sempre bom. Não gosto de sentir a areia
batendo nas pernas, que chega a doer, dá vontade de ir embora. Mas a vida não é
assim? Nos faz passar por desafios que nem sempre queremos e que nem sempre são
bons. A vontade que temos é de desistir, mas aí, não teremos enfrentado, e
quando percebemos, o vento passou, as pernas não doem mais e você fica feliz
por isso.
Gosto de subir nos amontoados de areia, de olhar a praia
inteira, ter uma visão de tudo e de todos. E não estamos sempre querendo fazer
isso? Tentando manter tudo sob nosso controle, supervisionar mesmo no que não nos interfere
e saber o que está acontecendo. Aos poucos, descemos e percebemos que apesar da visão ser
bonita, nosso lugar é lá em baixo, ao redor das pessoas, e não acima de ninguém.
Gosto de entrar no mar, sentir o gelado da água em meu
corpo, observar o quão infinito ele parece ser e os perigos que ele contém. Mas
tudo que fazemos não é assim também? Cada sentimento novo ou experiência nova
nos faz sentir aquele frio na barriga. São infinitas as possibilidades que podem
vir, e isso nos assusta, no entanto, com o tempo, percebemos que é bom ir aos poucos, mas
olhar longe.
Gosto de olhar as ondas do mar, o jeito que elas descem e
sobem, são fortes ou são fracas, têm altos e baixos, podem tomar reviravoltas e
seguir diferentes direções. E nossa vida não é assim? Repleta de ondas
incertas. E se não fosse assim, qual seria a graça de
entrar no mar?
Que lindo, Nat! Bem escrito e cheio de sensibilidade com a vida. Já espero ansiosa os próximos! Beijos orgulhosos
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ResponderExcluirLindo Nati!!! Adorei
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