domingo, 11 de outubro de 2015

As ondas incertas da vida

Gosto de andar pela praia, sentir meus pés na areia, sentir meus pés na água. Por onde quer que eu vá, deixo minhas pegadas, minha marca. E não é isso que todos nós queremos? Deixar a nossa marca onde formos e ser lembrado por onde passarmos. Mesmo que, com o passar do tempo, essa marca que deixamos seja levada pelo vento ou  até mesmo pela água, para que outras marcas sejam deixadas depois.

Gosto de sentir o vento bater, sentir meus cabelos voarem, deixar ser levada. E não é isso que muitas vezes queremos? Algo que nos empurre, nos dê direção, não nos deixe sentir perdidos e sem caminho a seguir. Ainda que, as vezes, esse caminho que fomos levados a seguir esteja na direção errada, só precisamos dar meia volta e saber onde realmente queremos chegar.

Mas nem tudo é sempre bom. Não gosto de sentir a areia batendo nas pernas, que chega a doer, dá vontade de ir embora. Mas a vida não é assim? Nos faz passar por desafios que nem sempre queremos e que nem sempre são bons. A vontade que temos é de desistir, mas aí, não teremos enfrentado, e quando percebemos, o vento passou, as pernas não doem mais e você fica feliz por isso.

Gosto de subir nos amontoados de areia, de olhar a praia inteira, ter uma visão de tudo e de todos. E não estamos sempre querendo fazer isso? Tentando manter tudo sob nosso controle, supervisionar mesmo no que não nos interfere e saber o que está acontecendo. Aos poucos, descemos e percebemos que apesar da visão ser bonita, nosso lugar é lá em baixo, ao redor das pessoas, e não acima de ninguém.

Gosto de entrar no mar, sentir o gelado da água em meu corpo, observar o quão infinito ele parece ser e os perigos que ele contém. Mas tudo que fazemos não é assim também? Cada sentimento novo ou experiência nova nos faz sentir aquele frio na barriga. São infinitas as possibilidades que podem vir, e isso nos assusta, no entanto, com o tempo, percebemos que é bom ir aos poucos, mas olhar longe.


Gosto de olhar as ondas do mar, o jeito que elas descem e sobem, são fortes ou são fracas, têm altos e baixos, podem tomar reviravoltas e seguir diferentes direções. E nossa vida não é assim? Repleta de ondas incertas. E se não fosse assim, qual seria a graça de entrar no mar? 

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